JESUS E O LAR
Pr. José Lúcio Ribeiro Filho
Diretor do MFC/IEADERN
O presente comentário trás a lume, a importância das relações familiares e aponta para os ensinamentos do Senhor Jesus Cristo. Jesus caminhava com seus discípulos em direção a Jerusalém e passava pela região da Peréa, onde seu ministério durou algumas semanas. Os ensinos sublimes que ele deu acerca do divórcio foram lições importantes para todos, mormente para os farizeus, que o interrogavam sobre o assunto.
Por que o Mestre por excelência atentou para o tema: Divórcio? Porque nosso bem amado Salvador não cuida só do indivíduo; Ele vai até o lar, onde desperta o sentimento de responsabilidade de cada membro da família.
O texto sagrado que registro este episódio, está em Mc. 10.1-9 e 13-16, cujo teor é o seguinte:
“E aproximaram-se dele os farizeus, perguntaram-lhe tentando-o: É lícito ao homem repudiar sua mulher? Mas ele, respondendo, disse-lhe: Que vos mandou Moisés? E eles disseram: Moisés permitiu escrever carta de divórcio, e repudiar. E Jesus, respondendo, disse-lhes: Pela dureza dos vossos corações deixou ele escrito esse mandamento; porém, desde o princípio da criação, Deus os fez macho e fêmea. Por isso deixará o homem a seu pai e à sua mãe, e unir-se-á à sua mulher, e serão os dois uma só carne; e assim já não serão dois, mas uma só carne”.
Jesus apontava para o fundamento e estabilidade da família. Havia uma coisa que servia de base para a pergunta dos frizeus, que era a dupla interpretação do texto Dt. 24.1-2. Haviam duas correntes opostas: Os seguidores de “Shammai”, opinavam que o divórcio só seria permitido no caso de adultério; e os de “Hillel”, que consideravam lícito o divórcio por quaisquer motivo de pouca monta. Eis o que está escrito em Dt. 24.1-4:
“Quando um homem tomar uma mulher e se casar com ela, então será que, se não achar graça em seus olhos, por nela encontrar coisa indecente, far-lhe-á carta de repúdio, e lha dará na sua mão, e a despedirá da sua casa. Se ela, pois, saindo da sua casa e se casar com outro homem, e este a desprezar, e lhe fizer carta de repúdio, E lha der na sua mão, e a despedir da sua casa, ou se este último homem, que a tomou para si por mulher, vier a morrer, então seu primeiro marido, que a despediu, não poderá tornar a tomá-la, para que seja sua mulher, depois que foi contaminada; pois é abominação perante o Senhor; assim não farás pecar a terra que o Senhor teu Deus te dá por herança”.
O grupo Shammai, que era um reputado código de moral daquele tempo, interpretava o termo: coisa indecente do texto bíblico acima dado, como adultério.
O grupo Hellel, o interpretava como sendo qualquer coisa desagradável nas esposas, como falta de afeição, antipatia ou desobediência.
Quando os farizeus fizeram essa pergunta a Jesus, tiveram a intenção de alcançar os seguintes propósitos:
(a)- atrair sobre a pessoa de Jesus, o ódio de certas pessoas;
(b)- se Jesus declarasse ilícito o divórcio, teria contra si mesmo os mais influentes da sociedade daquele tempo;
(c)- se declarasse lícito o divórcio, contradizia os ensinos de Shammai.
Como sempre fez, Jesus respondeu aos seus inquiridores, perguntando-lhe o que Moisés havia ensinado; em resposta disseram-lhe: “Moisés recomendou dar a carta de divórcio”. Nos parece que o Senhor Jesus até achou justa a resposta dos farizeus, mas na Sua Onisciência, sabia qual foi a razão porque Moisés lhes havia dado esse mandamento, afirmando: “Por causa da dureza do vosso coração”. Assim, quis lhes dizer que se não houvesse a dureza de coração, tal lei não teria sido dada; estava claramente manifesto, que o povo não se conformava com a pureza da Lei de Deus. O Senhor conduziu o raciocínio deles para a origem do casamento, mostrando-lhes a unidade e indissolubilidade do casamento.
OS EFEITOS DO DIVÓRCIO
O divórcio prepara uma sociedade dissoluta, sem o temor a Deus. A dureza de coração levou-os a contrariar um princípio divino dado desde o começo da criação, que foi: “os dois serão uma só carne”. O Senhor Jesus encerrou a questão acrescentando: “Não separe o homem o que Deus ajuntou”. Mt. 19.6
APLICAÇÃO
Um lar sem Jesus não pode haver garantia na família. Mas quando Jesus está no lar, os laços do matrimônio se tornam fortes, e mais fortalecidos ainda, quando os membros da família obedecem ao Senhor. Um lar sem Cristo é uma casa sem fundamento. O código de uma família bem ajustada deve ser a vontade de Cristo. Os esposos que trabalham para Cristo fazem a felicidade do lar.
O lar começou no Éden; Deus o instituiu entre os primeiros habitantes do mundo, unindo-os pelos laços do matrimônio; sua característica sempre foi a que Deus o moldou: Uno. O contrário disto é a poligamia, que é de origem pagã, e, é a perversão de todas as sociedades que não conhecem a obra de Cristo.
O lar foi criado para ser estável; a garantia da sua estabilidade é o mandamento de quem o instituiu, que determinou: “Não separe o homem o que Deus ajuntou”. A sociedade está ameaçada de ruir, porque o homem não quer se conformar com a instituição divina. Na verdade, Deus não quer a separação dos pares; o que Ele realmente quer, é a união dos cônjuges, a base da sua própria felicidade.
No lar, onde Cristo vive, há união e não há necessidade de divórcio, que é uma conseqüência da dureza de coração. Esta é uma lei imutável, originária do Imutável Deus. Optar por ajustar-se a ela, é um ato de sabedoria e sensatez. Deus abençoe a todos os que se dispõem a segui-la!
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